O dimensionamento elétrico é a base técnica que garante segurança, continuidade de operação e conformidade legal em projetos prediais, industriais e comerciais. Um dimensionamento bem executado traduz-se em redução de riscos de incêndio, menor custo operacional, facilidade de manutenção e conformidade com normas como a NBR 5410 e a NBR 5419, além de evitar autuações junto ao CREA e problemas na aprovação de órgãos como o Corpo de Bombeiros. A seguir, apresenta-se um guia técnico aprofundado, Empresa de engenharia eletrica prático e orientado a resultados para gestores de obras, síndicos, empresários e responsáveis por manutenção predial.
Este parágrafo de transição sintetiza o escopo inicial do projeto: antes de qualquer cálculo, defina requisitos funcionais, categorias de cargas, condições de operação e restrições físicas/econômicas. A qualidade da entrada de dados determina a confiabilidade do dimensionamento.
Levantamento de dados e levantamento de requisitos
Um levantamento de dados bem feito evita retrabalhos e garante que o projeto atenda às necessidades reais da edificação.
Identificação das cargas e perfil de uso
Classifique cargas por tipo: iluminação, tomadas gerais, tomadas específicas (IT, ar-condicionado, bombas), motores, quadros especiais (UPS, geradores), sistemas de segurança e SPDA. Para cada carga registre potência ativa (P), potência reativa (Q) quando aplicável, tensão nominal e fator de potência (FP). Diferencie cargas contínuas (>3 h) e intermitentes; identifique cargas sensíveis a variações de tensão (equipamentos eletrônicos, CLPs, inversores).
Condições de operação e horários
Estime horários de pico e permanência. Em edifícios comerciais, a simultaneidade entre iluminação e ar-condicionado influencia o fator de demanda. Determine requisitos de disponibilidade (N+1, redundância de painéis, alimentação de emergência) para manter operação crítica, minimizando riscos de paralisação e perdas financeiras.
Restrição de espaço e rota de alimentação
Mapeie eletrodutos, dutos, shafts e casas de máquinas. Limitações físicas implicam em agrupamento de cabos e correção de capacidade (correção por agrupamento). Planeje a localização de quadros, subestações e geradores para otimizar percursos e reduzir queda de tensão.
Requisitos normativos e de documentação
Defina desde o início a conformidade com NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão), NBR 5419 (proteção contra descargas atmosféricas), exigências do CREA, ARTs e demais licenças. Determine entregáveis: memorial de cálculo, diagrama unifilar, planilha de cargas, planilhas de curto-circuito e coordenação, plantas de distribuição, e ensaios pós-implantação.
Transição: com os dados consolidados, segue-se para a etapa de cálculo da demanda elétrica, onde se aplica diversidade, fatores de demanda e particularidades de motores e cargas especiais.
Cálculo da demanda e aplicação de fatores de diversidade
Dimensionar a demanda correta é equilibrar segurança e economia: superdimensionar eleva custos e subdimensionar põe em risco a operação e a segurança. A aplicação correta de fatores de demanda e diversidade é mandatória pela NBR 5410.
Conceito de carga instalada, demanda e diversidade
Carga instalada é a soma das potências nominais. Demanda é a potência esperada em operação real considerando simultaneidade. Diversidade reduz a carga instalada para refletir comportamento real; aplique fatores de diversidade para circuitos de iluminação, tomadas e conjuntos residenciais conforme orientações da norma e referências técnicas.
Fatores específicos para motores e partidas
Para motores elétricos, calcule correntes de partida (corrente de inrush) e torque. Use relações: I = P/(√3·V·η·FP) para motores trifásicos, e considere multiplicadores de partida (4–7× a corrente nominal, dependendo do tipo de motor e método de partida). A inclusão de dispositivos de partida suave, soft-starters ou inversores reduz picos e influencia o dimensionamento do gerador e transformador.
Exemplos práticos de aplicação de diversidade
Em prédios comerciais, iluminação e tomadas podem ter diversidades distintas. Para salas com múltiplas tomadas de uso eventual, aplique diversidade para reduzir demanda. Documente claramente os critérios adotados no memorial e valide com o responsável técnico (ART) para evitar discordância com fiscalizações do CREA.
Transição: após definir a demanda, o próximo passo é traduzir potência em correntes e projetar condutores e dispositivos de proteção que atendam limites térmicos, queda de tensão e coordenação de proteção.

Cálculo de correntes, dimensionamento de condutores e queda de tensão
O dimensionamento de condutores deve conjugar capacidade de condução de corrente, queda de tensão admissível e resistência mecânica à instalação. A não observância provoca aquecimento excessivo, perda de vida útil de cabos e risco de incêndio.
Conversão de potência para corrente
Utilize fórmulas adequadas para cada caso. Sistemas trifásicos: I = P/(√3·V·FP·η). Para cargas trifásicas com motores, inclua rendimento (η) e fator de potência. Em circuitos monofásicos: I = P/(V·FP). Sempre registre bases de cálculo e arredondamentos, justificando margens de segurança.
Capacidade de corrente dos condutores (Iz) e fatores de correção
Determine Iz a partir das tabelas de capacidade e aplique fatores de correção: temperatura ambiente, forma de instalação (em eletroduto, enterrado, agrupado), condutor isolado ou canaleta, tipo de isolação (PVC, XLPE). Corrija Iz por fator de agrupamento quando vários cabos no mesmo duto. Escolha seções que atendam Iz ≥ Icd (corrente de projeto) e considerem sobrecorrentes temporárias.
Verificação de queda de tensão
Calcule queda de tensão ΔV = I·(R·cosφ + X·sinφ)·L para circuitos monofásicos/trifásicos conforme exigência da NBR 5410. Limites usuais: 3% para ramais terminais e 5% para alimentação geral até o quadro de medição — confirme requisitos específicos do cliente e do projetista. Reduzir queda de tensão protege equipamentos sensíveis, evita sobreconsumo e prolonga vida útil.
Seleção de materiais e tipos de condutor
Escolha entre cobre e alumínio avaliando custo, espaço e características de conexão. Cobre reduz seção e perdas; alumínio é econômico em longos trechos, exigindo seção maior e cuidados com conexões e expansão térmica. Use luvas, terminais apropriados e técnica de aperto conforme fabricantes. Documente especificações Empresa De Engenharia Eletrica isolação (Tensão contínua, temperatura), flexibilidade e resistência mecânica para instalação.
Transição: garantir a segurança elétrica passa também pela correta proteção contra falhas — siga para seleção empresa de engenharia elétrica dispositivos de proteção, coordenação e critérios de proteção diferencial e contra curto-circuito.
Proteção contra sobrecorrentes, curto-circuito e coordenação de dispositivos
Proteções mal dimensionadas causam disparos intempestivos, dano a equipamentos ou falha em proteger circuitos. A coordenação entre disjuntores, fusíveis e relés deve garantir seletividade e proteção rápida.